Dicas sobre o armazenamento e o manuseio de cápsulas
Seja de gelatina ou HPMC, cápsulas de alta qualidade são projetadas para suportar os rigores da fabricação e formulação. No entanto, elas não são indestrutíveis. Para preservar sua qualidade e vida útil, o controle de temperatura e umidade é essencial. A seguir, confira tudo o que você precisa saber sobre o assunto.
Condições adequadas para o armazenamento de cápsulas
As cápsulas de gelatina contêm mais umidade do que as cápsulas de HPMC e também tendem a perder umidade mais rapidamente. Cápsulas de gelatina vazias possuem um teor de umidade entre 13% e 16%, enquanto as cápsulas de HPMC apresentam um teor entre 3% e 8%.
Dito isso, considerar as condições ambientais de armazenamento das cápsulas é crucial, já que o teor de umidade das cápsulas se equilibra gradualmente com o nível de umidade relativa do ambiente. Se não houver controle em todos os pontos do processo de produção, incluindo armazenamento, transporte, enchimento e embalagem, as cápsulas podem facilmente secar ou, ao contrário, absorver excesso de umidade.
As condições ambientais necessárias para manter o teor de umidade ideal das cápsulas dentro do intervalo desejado são:
Tipo de cápsula | Umidade relativa | Temperatura – Celsius | Temperatura – Fahrenheit |
Cápsulas de gelatina | 35% a 65% | 15° a 25° | 59° a 77° |
Cápsulas de HPMC | 35% a 70% | 15° a 30° | 59° a 86° |
Como parte dos esforços de controle de umidade, as cápsulas devem sempre ser armazenadas sobre pallets elevados, longe de radiadores de ar ou água quente, tubulações de vapor ou água quente, e de qualquer fonte de condensação (como tubulações ou o interior de refrigeradores).
Para manter a temperatura correta, evite armazenar cápsulas sob luz solar direta, em prateleiras muito altas (onde o calor tende a se acumular) ou próximas a pontos quentes, como lâmpadas ou saídas de ventilação.
Além disso, é recomendável evitar o uso excessivo de plástico ao envolver as caixas de cápsulas, pois isso pode criar um efeito estufa em locais quentes ou úmidos, aprisionando calor e umidade ao redor das cápsulas.
Condições adequadas durante o enchimento das cápsulas
Em locais de clima frio, lembre-se de que sistemas de aquecimento podem secar o ar em uma instalação. Para compensar isso, podem ser usados umidificadores industriais portáteis para manter a umidade relativa da sala de enchimento dentro do intervalo desejado. Caso contrário, as cápsulas perderão umidade rapidamente ao serem expostas ao ar seco da instalação.
Independentemente do clima, é recomendável selar as bolsas que contêm as cápsulas com abraçadeiras plásticas após a abertura da caixa. Isso protege as cápsulas durante os processos de manuseio nas instalações.
Outro problema frequentemente negligenciado é o vácuo na máquina de enchimento. Deve-se usar apenas a quantidade necessária para separar as cápsulas vazias, pois um vácuo excessivo pode causar fraturas na cúpula do corpo da cápsula e gerar vazamentos do produto encapsulado.
Condições adequadas durante o empacotamento das cápsulas
Durante o processo de empacotamento, tenha cuidado com as fontes comuns de calor, como máquinas de blister e túneis de calor. Evite também a exposição prolongada ao calor, como quando as cápsulas são colocadas sobre equipamentos quentes, como termoformadoras.
Para cápsulas de gelatina, que são mais sensíveis ao vapor d’água, o controle de umidade na área de empacotamento é crucial, já que uma pequena quantidade de ar do ambiente será selada dentro da cápsula, junto com o produto.
Além disso, deve-se considerar cuidadosamente o uso de dessecantes na embalagem, pois eles podem secar as cápsulas em excesso.
Problemas comuns causados pela falta de controle ambiental
Depois de compreender as condições ideais para armazenamento e manuseio, é importante considerar as consequências de ignorar esses requisitos:
- Fragilidade: Baixa umidade pode causar fragilidade, resultando em rupturas nas cápsulas. Cápsulas de gelatina podem se tornar quebradiças quando seu teor de umidade cai abaixo de 13%. Já as cápsulas de HPMC, que contêm menos umidade, são mais tolerantes a condições secas. Contudo, aquelas que atendem aos requisitos de dissolução da USP podem se tornar frágeis quando o teor de umidade cai abaixo de 3%.
- Acúmulo de estática: Baixa umidade relativa também pode causar acúmulo de eletricidade estática na área de produção. Isso pode fazer com que cápsulas vazias fiquem grudadas umas às outras, gerando problemas no fluxo da máquina de enchimento.
- Mudanças no tamanho das cápsulas: Em cápsulas de gelatina, altos níveis de umidade podem causar contração hidrotermal da película de gelatina, alterando as dimensões da cápsula. Isso pode resultar em vazamentos, fechamento inadequado ou instabilidade no material de enchimento.
- Alteração no ponto de fusão: Altos níveis de umidade podem afetar o ponto de fusão das cápsulas de gelatina, prejudicando sua dissolução após a ingestão.
- Cross-linking: Em cápsulas de gelatina, o cross-linking das moléculas de gelatina com o conteúdo pode ocorrer quando armazenadas em alta temperatura e umidade por seis meses ou mais, tornando-as praticamente insolúveis.
- Cápsulas pegajosas: Em altas temperaturas, as cápsulas podem se tornar moles e pegajosas, formando aglomerados ou resistindo à separação.
Conclusão
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